A CONTAG, FETAGs e Sindicatos, vêm manifestar seu repúdio pela formabrutal e covarde do assassinato da Margarida, Francisca das Chagas Silva, de 34 anos, que foi morta com requinte de crueldade e violência sexual, no município de Miranda do Norte, Maranhão.
Quilombola
do povoado Joaquim Maria, na zona rural do município maranhense, Francisca das
Chagas Silva, foi uma das muitas Margaridas que estiveram em agosto de 2015 em
Brasília, reivindicando por um Brasil e mundo, com: “Desenvolvimento Sustentável
com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Vale ressaltar que pra chegar à Marcha, Francisca participou ativamente do Grupo de Estudo Sindical (GES Mulher), e de outras ações organizadas pelo Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
Reafirmando
a pauta da Marcha das Margaridas contra violência, companheiras e companheiros
que fazem o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
(MSTTR), pressionam o poder público e o judiciário brasileiro, por uma solução
mais rápida desse e de outros crimes que vêm ceifando covardemente a vida das
mulheres, e que permanecem impunes.
Convocamos
também a sociedade em geral para denunciar qualquer forma de violência contra a
mulher, através do disk-denúncia 180 ou indo a uma delegacia mais próxima para
registrar a ocorrência.
Francisca
das Chagas Silva, era trabalhadora rural, sócia no Sindicato de Miranda do
Norte desde 2009 e era filha de um dos membros do Conselho Fiscal da atual
gestão do STTR, o companheiro, Francisco da Silva. Ela deixou um filho,
familiares, amigas (os), companheiras (os) do MSTTR profundamente abatidos com
sua brutal e lamentável partida.
A polícia segue com investigação sigilosa, onde até o momento não apresentou nem um suspeito.
As
mulheres negras são as maiores vítimas da omissão.
Mapa
da Violência 2015
O
assassinato de Francisca das Chagas evidencia como ainda é assustador a
violência contra as mulheres no Brasil, sobretudo as mulheres negras.
No
Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil, elaborado pela
Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), com o apoio da ONU
Mulheres Brasil, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do governo brasileiro,
apontou que o número de homicídios de mulheres negras cresceu 54% em dez anos,
passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.
No
mesmo período, a quantidade de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%,
passando de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. No total, o número de vítimas do
sexo feminino passou de 3.937 para 4.762 em 10 (dez) anos, representando um
aumento de 21%.
De
acordo com o Mapa da Violência, 55,3% desses crimes foram cometidos no ambiente
doméstico, e 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
Brasil
Segundo
dados da OMS, que avaliou um grupo de 83 países, o Brasil detém a quinta
posição mundial quanto ao assassinato de mulheres, com uma taxa de 4,8
homicídios por cada 100 mil mulheres.
Diversos
estados evidenciaram pesado crescimento na década anterior a 2013, como
Roraima, onde as taxas mais que quadruplicaram (343,9%), ou Paraíba, onde mais
que triplicaram (229,2%).
Entre
2006, ano da promulgação da Lei Maria da Penha e 2013, apenas em cinco estados
brasileiros foram registradas quedas nas taxas: Rondônia, Espírito Santo,
Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, diz o estudo.
Entre
as capitais, Vitória, Maceió, João Pessoa e Fortaleza encabeçam as taxas mais
elevadas no ano de 2013, acima de 10 homicídios por 100 mil mulheres. São Paulo
e Rio de Janeiro são as capitais com menores taxas.
Por: CONTAG,
acessado em 15/02/16, as 09:00 h – Leo Costa.
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