Seminário
Internacional abre Congresso da CUT com emocionante participação da central
sindical tunisiana vencedora do Nobel da Paz.
O
plenário do Pavilhão de Exposições do Anhembi estava completamente lotado na
manhã desta terça-feira (13). Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil inteiro e
de diversas partes do mundo, que trouxeram até São Paulo as trajetórias de luta
dos sindicatos que representam, ajudaram a fazer do 12º Congresso Nacional da
CUT (CONCUT), o maior já realizado pela Central.
As
mortes de palestinos, após mais uma sequência da ataques criminosos de Israel;
O ataque terrorista na Turquia, que vitimou 97 pessoas e feriu outras 250; Além
da tentativa de golpe da direita no Brasil, com a retomada, na Câmara dos
Deputados, do movimento golpista, foram os temas propulsores do “Seminário
Internacional”, que abriu o 12º CONCUT.
Integraram
a mesa, o Secretário Internacional da CUT, Antônio Lisboa, a vice-presidenta da
CUT, Carmem Helena Ferreira Foro, o cientista político americano Michael
Fichter, professor da Universidade Global do Trabalho (GLU) e da Universidade
Livre de Berlim, na Alemanha, além da secretária-geral da CSI, Sharan Burrow.
Antes
do “Seminário Internacional”, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas,
saudou os trabalhadores e as trabalhadoras que vieram ao Congresso e fez um
pedido aos delegados estrangeiros. “Não repercutam em suas bases, as mentiras
contadas pela mídia burguesa brasileira repete. Eles não suportam saber que a
classe trabalhadora brasileira conseguiu mostrar que tem um projeto de
sociedade muito mais exitoso do que o que é oferecido pela burguesia”,
decretou.
A luta
brasileira contra o golpe foi motivo de uma enérgica fala do presidente da
Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Baez. “Estou aqui para dizer
que, ao priorizar a luta sindical, a CUT tem o respeito de todo o sindicalismo
mundial. Neste momento, o Brasil enfrenta uma situação complicada, estão
querendo derrubar um governo que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Não
vamos deixar, não vai ter golpe”, afirmou o argentino.
O
respeitado cientista político americano Michael Fichter foi o primeiro
debatedor a falar durante o “Seminário Internacional” e defendeu uma luta
global dos trabalhadores e trabalhadoras contra a opressão das grandes
empresas.
“As cadeias
de produção não atuam em prol dos direitos trabalhistas, apenas para o lucro.
As empresas atuais colocam um local de trabalho contra o outro, isso é a marca
da precarização”, explicou Fichter, para em seguida pedir sindicatos mais
fortes, que “rompam a rede das empresas, para empodera os trabalhadores.”
A
Secretária-Geral da CSI, Sharan Burrow, reforçou a importância de uma luta
global que una os trabalhadores e as trabalhadoras e apresentou os motivos.
“60% da força de trabalho global está na informalidade, mais de 50% deles em
trabalho precário. Pessoas assinam contratos de trabalho sem ideia de carga
horária e nem de renda. Infelizmente, 58% dos países excluem os trabalhadores
de leis trabalhistas, 77% dos países não oferecem aos trabalhadores o direito
de greve.”, informou a dirigente.
O
debate foi interrompido para a emocionante participação de Kacem Afia,
representante da União Geral dos Trabalhadores Tunisianos (UGTT), que
recentemente foi contemplada com o Nobel da Paz, por sua luta pela transição
democrática do País, após a “Primavera Árabe”, em 2011.
“As
barreiras geográficas e da língua não podem ser empecilhos para uma luta global
dos trabalhadores. Aproveito essa ocasião para saudar a CUT que nunca deixou de
lutar e acreditar em seus princípios”, afirmou o dirigente sindical tunisiano.
Por
fim, Sharan lamentou a precarização de trabalhadores e trabalhadoras no mundo.
“Precisamos eliminar o trabalho escravo. Os empresários chamam isso de trabalho
forçado, mas não é isso”, afirmou a dirigente sindical, que declarou seu desejo
para 2016. “Que nós todos, no 1º de maio do ano que vem, estejamos atrás de uma
faixa pedindo uma luta global.”
Jornada
Continental.
Durante
o “Seminário Internacional”, foi apresentada a “Jornada Continental de Luta
Anti-Imperialista”. Paola Estrada, representante do movimento, explicou a
inciativa: “Dia 5 de novembro de 2005 derrotamos a Alca. Essa jornada quer
celebrar essa vitória, que foi uma bela integração do continente contra o
imperialismo. É momento de fazer um balanço dos acordos de livre comércio
tomaram outras formas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário