Maravilhosa
e emocionante. Essas palavram eram as primeiras a sair da boca de dezenas de
mulheres quando eram perguntadas sobre sua impressão sobre a marcha.
Sendo assim, a 5ª Marcha das Margaridas, que começou com a concentração
nas primeiras horas da manhã de hoje (12) no Estádio Mané Garrincha e ganhou as
ruas de Brasília, colorindo o Eixo Monumental e culminando com o cercamento do
Congresso Nacional, com o recado claro de lá deveriam estar representantes do
povo. No gramado ao centro da Esplanada dos Ministérios, bandeiras e faixas
davam o tom da reivindicação de cerca de 70 mil margaridas. O ato público não
deixou dúvidas: foi uma manifestação em defesa da democracia.
Contemplando
os oito eixos temáticos da marcha, representantes de federações, sindicatos,
entidades parceiras da Contag e uma gama de mulheres, e até homens, mostraram a
cara e mostraram a que vieram. Temas como soberania e segurança
alimentar, violência contra a mulher, biodiversidade, agroecologia, autonomia
econômica, saúde e educação não sexista foram apresentados de forma direta e
criativa. Faixas feitas com redes, tecidos coloridos até as tradicionais,
sempre enfeitadas com margaridas, bonecas de pano, fuxicos e toda sorte de
material costuradas , na maioria das vezes, pela próprias mulheres.
Do
alto dos quatro carros de som, palavras de ordem de lideranças de todas as
partes do país orientavam o andar das margaridas. A ideia era garantir a
visibilidade da mobilização que, reconhecidamente, é a maior do movimento
sindical do Brasil e da América Latina. Alessandra Lunas, secretária de
mulheres da Contag, perguntou para as margaridas assim que a praça foi tomada,
se alguém estava cansada... A resposta veio alta: Não!! “Nem eu”, gritou
ela de volta. “Nós marchamos sempre, essa é uma mostra da força de nossas
mulheres, que vem de todos os pontos do Brasil para dizer que não suportam mais
a forma como são tratadas”. Alessandra insistiu que as mulheres têm que ocupar
os espaços de poder. “Somos 52% da população e queremos 52% dos assentos desse
lugar”, referindo-se à Câmara dos Deputados. O recado para a sociedade é que
“lutamos contra a redução da maioridade penal, pela manutenção dos royalties do
petróleo destinados à educação e direitos iguais”.
E às
margaridas, para que voltem aos seus municípios, batam à porta do prefeito e
lembrem que ano que vem tem eleição”! Como na mística de abertura
apresentada ontem(11) no Mané, “tiramos a mordaça”, enfatizou a dirigente,
afirmando que o país já superou a ditadura, que a marcha tem lado e está do
lado da democracia e da voz ao povo brasileiro. “As margaridas seguem
marchando”, provocou Alessandra. As mulheres responderam: “ Até que todas
sejamos livres”!
Margaridas
marcham por quê?
“Contagiante.
Faz com que a gente se sinta orgulhosa de ser mulher. A participação foi
muito boa, não só em Brasília, mas em todos os debates temáticos que
antecederam a marcha”, Alaíde Maraes, coordenadora de mulheres da Fetaemg/Sudeste.
“Ótima.
Emocionante ver as companheiras marcharem por sua luta, não só das mulheres ,
mas também de suas famílias, por políticas públicas específicas. Quando vi a
marcha, chorei. Ela é o resultado do trabalho de base”, Sandra Lemes,
coordenadora de mulheres da Fetaeg/Centro-Oeste.
“Temos
que dizer não aos agrotóxicos. As Margaridas do Centro-oeste clamam pela
produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos, porque isso está acabando com o
nosso povo, principalmente nas populações do meio rural”, Juliana Pachuri
Mendes, coordenadora de mulheres da Fetagri/Centro-Oeste.
“Maravilhosa!
Só a Marcha das Margaridas robusta e empoderada representa a luta de mulheres
lutando por democracia e igualdade. Temos que deixar esse país ser democrático.
O Brasil precisa da agricultura familiar e da agroecologia para seu
desenvolvimento. Sobre as mulheres nordestinas, elas são trabalhadoras e têm
compromisso com a luta”, Luz Amaral, coordenadora de mulheres da Fetapar/
Nordeste.
“A
marcha foi um sucesso, as falas reproduziram a ansiedade dos problemas sentidos
e vividos. As mulheres sabiam de sua tarefa em Brasília. Os três estados do sul
mostraram integração e força graças ao trabalho e empenho das três
coordenadoras”, Inque Schneider, coordenadora de mulheres da Fetag/Sul.
“Está
muito bom. As mulheres estão felizes e dizem que querem voltar na próxima
marcha. Só conquistamos direitos a partir da reivindicação”, Izabel de
Oliveira, coordenadora da Fetagro/ Norte.
“É a
primeira vez que venho na marcha e protestamos contra a lei 13.123 que trata da
biodiversidade. A história das quebradeiras de coco na relação com a
indústria de cosméticos fala do patrimônio genético e conhecimento tradicional
associado”, Maria Alaídes Souza, membro da MIQCB.
“Muito
organizada, superou nossa expectativa. A mulher camponesa tem esse
atributo de fazer a marcha e abrir seu caminho”, Aline Souza, da AMB.
“A
marcha foi muito boa, com diversidade, as mulheres mostraram a sua pauta. Para
as mulheres viabilizarem as suas demandas. Mulheres nacionais e internacionais
marchando juntas. Precisamos fazer muitas marchas, Levo daqui a força e a garra
das margaridas brasileiras, na sua auto-organização. A gente não pode esperar
que alguém nos traga as soluções, a mulher tem que ir para a rua. Na África o
processo é mais lento. O brasil é um grande país e não pode retroceder”, Graça
Samo, da Marcha Mundial de Mulheres, Moçambique/África.
Por: CONTAG, acessado em 13/08, as 07:55 – Leo Costa.
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